Instagram e saúde mental: o que o Facebook está fazendo?
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Com mais de um bilhão de usuários, o Instagram é uma das redes sociais mais usadas no mundo e também a mais prejudicial à saúde mental, de acordo com um estudo publicado em 2019 pela Royal Society For Public Health.
Na época da pesquisa, a Royal Society, que é uma entidade de saúde pública do Reino Unido, entrevistou 1.479 pessoas, com idades entre 14 e 24 anos, e constatou que 90% desses jovens utilizavam redes sociais, sendo que o Instagram era a plataforma que mais gerava bem-estar e o sentimento de pertencer à comunidade. Por outro, essa rede social também gerava sentimentos negativos, como ansiedade e solidão.
A plataforma, que no início apostava no compartilhamento de fotos como principal forma de comunicação, hoje permite que os usuários se expressem por meio de outros formatos, como vídeos e stories.
Essa exposição em excesso traz consequências como depressão e insatisfação com o corpo, fatores recorrentes que transformou o Instagram, antes considerado apenas um passatempo, em vilão para o psicológico de seus usuários.
O outro lado da moeda
Embora seja importante conhecer os pontos nos quais as redes sociais podem ser prejudiciais, também é importante reconhecer os impactos positivos que essas plataformas podem trazer para seus usuários.
Na mesma pesquisa, a Royal Society identificou alguns pontos que podem favorecer a experiência dos jovens dentro e fora do aplicativo, como a possibilidade de se expressar e construir uma identidade, uma vez que o Instagram possibilita que os usuários compartilhem suas opiniões com outras pessoas e, assim, criar relações.
Ainda de acordo com o relatório, apesar do cyberbullying, existe um suporte emocional visível principalmente nas situações em que as pessoas compartilham experiências desagradáveis e encontram auxílio e conforto dentro da rede social.
Em estudo, Facebook admite influência negativa do Instagram
Um levantamento interno conduzido pelo Facebook, dono do Instagram, revelou como a saúde mental dos adolescentes é impactada negativamente pela rede social.
De acordo com a pesquisa, 32% das meninas menores de 18 anos disseram se sentir mal com seus corpos e que o Instagram piorava esse sentimento. O documento, obtido com exclusividade pelo Wall Street Journal, revela que as comparações podem mudar a forma como as jovens se veem e se descrevem.
O jornal ressaltou uma pesquisa de 2019, cuja conclusão era o grave problema de imagem corporal, por causa do aplicativo, para um terço das meninas adolescentes.
Semanas depois da reportagem do jornal americano, o Facebook anunciou a suspensão da criação da versão “kids” do Instagram, voltada para crianças com menos de 13 anos, idade mínima para usar o app atualmente.
O que o Instagram está fazendo para combater esses problemas
Uma das primeiras medidas da empresa foi o fim dos likes no Instagram. Dentre as justificativas estão as questões relacionadas à saúde mental dos usuários, já que ocultar as curtidas dificulta a comparação entre perfis e pode ajudar a diminuir a obsessão pela aprovação do sucesso relacionado a quantidade de likes.
Outra medida implantada foi uma função que nem todos os usuários conhecem é a oferta de ajuda para quem busca por termos como ansiedade ou depressão. Quando a pessoa busca por essas palavras, a plataforma exibe, automaticamente, uma mensagem avisando sobre a possibilidade das publicações apresentarem imagens fortes e oferece as opções de obter suporte, mostrar publicação ou cancelar.
Se o usuário optar por receber apoio, a plataforma oferece três possibilidades. A primeira é o contato com algum amigo, a segunda é falar com um voluntário de apoio do Centro de Valorização da Vida e a terceira função são dicas do Instagram de como buscar ajuda.
O caminho para um diálogo aberto
As questões relacionadas à saúde mental ganharam foco ainda maior com o surgimento da internet e das redes sociais, que, embora possam afetar aspectos psicológicos dos usuários, também podem ser fonte de informação e meio de obter ajuda.
Diante disso, é essencial que as redes sociais, e não somente o Instagram, continuem se atualizando para possibilitar formas sadias de navegação para seus usuários, tornando o espaço digital um lugar mais agradável e menos hostil.